quarta-feira, 15 de junho de 2011

Emancipação na pauta de discussão da sessão da Câmara de Palhoça

Em reunião realizada na praia da Pinheira, na segunda-feira, dia 13, a "Comissão Emancipacionista da Baixada do Maciambu" aprovou o documento que foi lido na sessão da Câmara de Vereadores de Palhoça, na terça, dia 14, com vários moradores da região acompanhando no local. O coordenador da Comissão, Flávio Santos apresentou "slides" com dados para análise dos vereadores e a professora Soraya da Silveira leu com muita propriedade e emoção o documento intitulado “Uma carta para Palhoça” que trata a sede como sua Mãe.
Alguns vereadores de Palhoça se manifestaram na sessão. O anfitrião e quem fez o convite para a Comissão, Otávio Martins (PMDB), presidente da Casa, disse que não era contra como informou a imprensa, pois ganham os dois lados. André do Cartório (PSDB) voltou a falar da necessidade da criação de uma sub-prefeitura na região e é a favor da separação. Brandt (PMDB) é contra, pois o Sul vai perder e anunciou projeto de lei para liberar as ligações de luz. Nilson Espíndola (PR) não tem opinião formada e prometeu um novo “olhar” com mais orçamento para a região. Leonel Pereira (PDT) disse que o tema só foi levantado para tirar a atenção de outros problemas do município e que a Constituição Federal não permite sem a regulamentação da PEC, mas vai aonde o povo for. Pitanta (DEM) é a favor e afirmou não ser candidato a prefeito do novo município, se aprovado em plebiscito.

Leia a íntegra da Carta para Palhoça.

UMA CARTA PARA PALHOÇA

Oi mãe, tudo bem?
Quem escreveu esta carta foram seus 14 filhos bairros que moram na Baixada do Massiambu: Pinheira, Guarda do Embaú, Praia do Sonho, Ponta do Papagaio, Mar Azul, Passagem do Massiambu, Massiambu Grande, Massiambu Pequeno, Casa Branca, Morretes I, Morretes II, Albardão, Três Barras e Sertão do Campo.
Mãe, as coisas por aqui não estão nada boas, estamos de mal a pior. Por isso, estivemos reunidos e decidimos que precisamos definitivamente sair de casa. É isso mesmo mãe, e esperamos que a senhora entenda. Não agüentamos mais morar com Você e nunca receber a devida atenção. Você está sempre ocupada com seus outros 29 filhos (bairros).
Mãe, não se preocupe, nós conseguiremos nos sustentar, afinal, temos agricultura, maricultura, pesca e o turismo, que poderemos estender para o ano todo com inúmeros projetos que estão esperando para serem implantados.
Alguns dizem que para um município sobreviver depende de indústria, mas o próprio turismo é considerado uma indústria limpa, e isto, para nós é o ideal, pois desejamos um desenvolvimento sustentável com qualidade de vida, afinal, como Você mesma diz, somos belas por natureza. É por isso que precisamos ficar independentes para continuarmos bela. É claro que também já pensamos na possibilidade de se instalar algumas poucas indústrias na região, foram deixadas, inclusive, algumas áreas para isso, mas só aceitaremos se forem indústrias limpas, como essas que só fazem a montagem de computadores, por exemplo.
Mãe, fique tranqüila, continuaremos morando sempre do seu lado. Você poderá nos visitar quando quiser. Seus 14 filhos unidos cuidarão dessa região como nunca foi cuidada. Estamos preparados para proteger todo este maravilhoso meio ambiente. Você poderá, inclusive, convidar suas amigas para nos visitar também, como já fazem algumas de outros estados. Deixaremos as praias limpas com águas sempre próprias para banho para receber Vocês.
Mãe, só quem mora aqui é que sabe a dificuldade que passamos. Precisamos de infra-estrutura, precisamos de água melhor para beber, precisamos de atendimento médico, enfim, não vamos citar todos porque a lista é grande.
Mãe, quando nossos filhos ficam doentes, muitas vezes são socorridos pela Vó “São José” que, quando pode, envia um helicóptero e encaminha-os para o hospital regional. Ainda bem, não é Mãe? Imagina ter que enfrentar uma fila na BR em caso de emergência.
Já os filhos do Albardão, do Sertão do Campo e das Três Barras, são encaminhados para o Tio Paulo Lopes. Dizem que lá o posto de saúde “dá um banho”. É por isso que também já havíamos pensado na possibilidade de sermos adotados pelo “Tio Paulo Lopes”, afinal, ele mora mais perto da gente do que Você.
Pois é, Mãe, nós estivemos estudando e descobrimos que a região que vai do Rio Embaú ao Rio Massiambu, onde nós moramos, possui uma extensão territorial de 198 Km2, ou seja, temos uma área maior do que 124 municípios catarinenses. Também sabemos que temos mais de 10.000 habitantes, isto é, temos mais gente do que 172 municípios catarinenses. Viu mãe, esses números são favoráveis para a gente se emancipar. Além disso, é um peso que sai das suas costas, pois serão 14 bairros a menos para se preocupar.
Percebemos que nossas necessidades, nossos sonhos, prioridades e objetivos são muito diferentes que os teus. Nosso projeto de vida não se encaixa mais no seu dia a dia. Nossa vocação e nossos recursos são voltados ao turismo enquanto você tem outras preocupações e suas habilidades são diferentes das nossas. Precisamos nos dedicar integralmente em todos os setores do complexo turístico. Nossa casa tem que estar inteiramente voltada ao desenvolvimento da atividade fim. E, depois mãe, você já tem muitas ocupações com a sua casa que é bastante complexa. É hora de cuidarmos de nossa casa e construirmos nosso canto de forma que atenda as aspirações e a proteção de nossa grande família que requer cuidados especiais.
Também descobrimos que temos um jeito de botar mais dinheiro em casa, inclusive para Você. É simples, em Santa Catarina 15% de 25% do ICMS do estado é dividido em partes iguais para 293 municípios, com a nossa emancipação a divisão seria para 294, ou seja, Nós e Você estaríamos recebendo duas partes. Dessa forma, Mãe, sobraria mais grana para Você cuidar do seu próprio município. Viu? Você só tem a ganhar.
Mãe, Você lembra quando saiu de casa em 1894, emancipando-se de São José. Pois é, Você acreditou e hoje se tornou a mais dinâmica do país.
Esperamos que acredite em nós também, pois contamos com sua colaboração.
Abraços de seus filhos:
Pinheira, Guarda do Embaú, Praia do Sonho, Ponta do Papagaio, Mar Azul, Passagem do Massiambu, Massiambu Grande, Massiambu Pequeno, Casa Branca, Morretes I, Morretes II, Albardão, Três Barras e Sertão do Campo.

5 comentários:

  1. Dai Kito

    Parabéns ao Autor da carta, digna de ser lida aos governates deste município.

    Luiz Almeida - Ferrugem

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  2. E aí Kito blz...
    olha cara a carta é muito legal, porém todo este movimento é em vão.
    Não é mais permitida a emancipação de novos municípios.
    Como você sabe, trabalho na Diretoria de Geografia e Cartografia do Estado, órgão que rege sobre este assunto, e nos colocamos ao inteiro dispor para esclarecer alguns pontos em relação a esta emancipação.

    Ao invés de pleitear esta emancipação, este movimento deveria era pressionar as autoriades e serem mais eficientes em relação ao sul deste municipio. Este movimento, deveria desde já também escolher algum possivel candidato a concorrer na próxima eleição municipal. Ai sim com um candidato eleito pela população da baixada do massiambú teriamos um canal de comunicação junto a prefeitura, e a quem reinvidicar tantas melhorias que precisamos.

    Abraços Marquinho.

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  3. Só mais um aparte, quando falei em candidato, me referi a candiadato a vereador...
    sem mais para o momento...
    abçs marquinho

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  4. Es bem vindo ao debate...este movimento em último caso vai forçar a prefeitura e ver com outros olhos nossa região e o candidato, acredito, apoarecerá e nós vamos eleger alguém..
    abraço
    Kito

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  5. Fala Kito,,a carta e linda soh nos resta saber se nossos politicos tem sentimentos,,eu acho que nao,,sao todos uns intereceiros coração de pedra....grande abraço..mais vamos continuar a luta...

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