O surfista Ricardo dos Santos, atleta da Billabong, está disposto a entrar com tudo nas competições em 2010. Após um período de estagnação de nove meses ocasionado por uma lesão nas costas, ele está treinando forte e conta com a ajuda do experiente surfista Carlos Kxot. A meta inicial é fazer bons resultados nos dois primeiros eventos do WQS no Brasil neste início de ano no Ceará e em Fernando de Noronha.
Nativo da praia da Guarda do Embaú, no município de Palhoça, em Santa Catarina (cerca de 45 quilômetros ao Sul de Florianópolis), uma das praias brasileiras reconhecidas mundialmente por suas famosas esquerdas tubulares do canto onde deságua o Rio da Madre, Ricardo tem sua história cheia de surpresas e emoções.
Hoje com 19 anos, Ricardinho da Guarda, como ficou conhecido, confiou na sua mãe (Rico), no seu padrinho Ari e nos seus avós (Nicolau e Dalcema) sua educação. Garoto com semblante tranqüilo, viu no surfe a saída para crescer na vida e correr o mundo. Começou a competir aos 12 anos e logo já era destaque, mais por sua vontade e atitude do que pelo talento propriamente dito.
Participou da equipe da Associação de Surfe e Preservação da Guarda do Embaú (ASPG), da equipe catarinense (Fecasurf) e da equipe brasileira que disputou o campeonato Panamericano em 2008. Sua evolução e ascensão foi tão rápida que logo começou a aparecer no pódio das principais competições que participava, chegando a sagrar-se campeão do Billabong Pro Junior, nas pesadas ondas chilenas, em março de 2008.
A partir daí sua escolha foi surfar ondas pesadas e tubulares como da Indonésia, do Tahiti e do Hawaii. “Minha intenção em surfar estas ondas foi quebrar o preconceito de que brasileiro é surfista de ondas pequenas. Acho que a minha tática deu certo, pois a mídia internacional deu valor. Na Espanha e nos USA fui reconhecido. Da Austrália recebi muitos e-mails. No Brasil e na América do Sul consegui emplacar nas principais revistas especializadas.”
Mas no início de 2009 uma grave lesão nas costas o obrigou a ficar nove meses em tratamento. “Não me deixei abater. Uma coisa é ficar um mês sem poder surfar, outra coisa é permanecer praticamente nove meses fora d’água. O trabalho realizado pelo fisioterapeuta Marcelo Amaral, especialista em Biomecânica Funcional, que abraçou a causa; o meu shaper Barreira; o amigo André (espécie de faz de tudo); meu padrinho, minha família e meu patrocinador que não me abandonou, foi muito importante para eu sair daquela situação.”
Ricardinho destaca ainda o trabalho psicológico, que segundo ele, foi fundamental. “Eu via que só a minha energia física não era suficiente para me curar da lesão. Tivemos que aprender muito e o Marcelo tem noventa por cento do crédito”.
Agora, recuperado, já é possível ver no seu sorriso a confiança de volta. Os ares da Guarda do Embaú também estão lhe fazendo bem. Perguntado se considerava ser um predestinado respondeu: “Se eu não for, vou fazer ser”. Sobre essa nova parceira com Carlos Kxot, disse: "É um resgate. Muita coisa nessa minha curta trajetória de surfista foi o Kxot quem me ensinou”.
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