segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ministério Público denuncia Prefeito e servidores de Palhoça por licitar duas vezes a mesma obra

Ministério Público denuncia servidores de Palhoça por licitar duas vezes a mesma obra. Fraude teria servido para enriquecimento ilícito dos envolvidos, entre eles, o prefeito

Servidores municipais de Palhoça, na Grande Florianópolis, entre eles, o prefeito Ronério Heiderscheidt, e empresários estão sendo denunciados pelo Ministério Público Estadual (MP) por suposta fraude em uma licitação para enriquecimento ilícito. A pavimentação de uma rua da cidade teria sido paga duas vezes a empresas diferentes.

O processo pede o ressarcimento de R$ 139 mil aos cofres públicos pela pavimentação da rua Flórida, no bairro Passa Vinte. Na ação, ajuizada há uma semana, o promotor João Carlos Joaquim pede a perda dos direitos políticos e da função pública do prefeito de Palhoça, do engenheiro da prefeitura, José Tadeu, e de três comissionados, sendo que dois deles já deixaram a função.

A rua teria sido pavimentada entre 2006 e 2007 sem qualquer registro de licitação. A investigação de mais de oito meses do MP apontou que, mais de um ano e meio depois, funcionários da prefeitura e empresários licitaram a obra, que já estava pronta.

Para o promotor, as imagens da internet provam que em maio de 2007 a via já estava pavimentada. Em 2008, a pedido do então secretário de Infraestrutura, Aroldo Heiderscheidt, o superintendente administrativo de Palhoça, Lucas Pedroso, pede autorização do prefeito para licitar obras de pavimentação e drenagem na rua Flórida. A solicitação é aceita, o processo montado e o convite enviado a três empresas.

— Temos a certeza de que todo o processo licitatório feito pela prefeitura municipal de Palhoça através da Comissão de Licitações é feito cumprindo rigorosamente a Lei 866, que é a lei de licitações, e isso para nós está sendo uma surpresa — afirma Lucas Pedroso.

De acordo com o MP, todos os documentos como quadro de custos, projeto e descrição da obra foram forjados pelo engenheiro José Tadeu. Em 10 de julho de 2008, a empresa SF2 é declarada vencedora da concorrência, com a proposta de quase R$ 128 mil, e a decisão é homologada pelo prefeito.

— O dinheiro público foi bem aplicado, a rua está pavimentada, a empresa vencedora recebeu pelo serviço que prestou e dessa forma não há irregularidade alguma no processo — garante o advogado de Ronério Heiderscheidt, Filipe Mello.

Em depoimento ao MP, um dos sócios da firma, Edir Fábio da Silva, diz que foi ameaçado pelo superintendente administrativo a pedido do prefeito. Caso ele não participasse da fraude, não receberia R$ 300 mil, referente a dívidas antigas da prefeitura.

— A empresa foi pressionada tendo em vista que ela tinha obras executadas até então, e isso estava comprovado, num valor acima de R$ 300 mil, e também ficou demonstrado nos extratos apresentados que, após o recebimento e saque desse valor da rua Flórida, esse dinheiro foi repassado à empresa — destaca o promotor.

Lucas Pedroso diz desconhecer as acusações feitas pelo empresário. Segundo ele, há provas documentais de que a prefeitura está em dia financeiramente com a empresa.

O contrato foi firmado entre a prefeitura de Palhoça e a SF2 Construtora. Tudo estaria detalhado pelo então secretário de Infraestrutura, Aroldo Heiderscheidt, e pelo engenheiro José Tadeu.

Segundo o promotor, os R$ 119 mil equivalentes à licitação, mais o valor dos encargos pelo serviço, foram aprovados pelo então secretário de finanças, Carlos Alberto Fernandes, e por Ronério Heiderscheidt. De acordo com a ação, no mesmo dia, Emerson Nunes, um dos sócios da empresa, sacou o valor integral do pagamento:

— Houve um processo licitatório fraudulento, simulado, em que já que a obra estava executada documentalmente, a prestação de contas é perfeita. Mas na verdade, a obra já estava executada e paga com o dinheiro público. O que nós estamos tratando na ação civil pública é de comprovar que houve um desvio do erário municipal e buscar ressarcimento desses valores, bem como responsabilidade de todos os envolvidos.

O promotor pede, ainda, que os sócios da empresa SF2 sejam proibidos de firmar contrato com o poder público pelos próximos 10 anos. Assim como o empresário Ronaldo da Rosa que, segundo a investigação, assumiu a pavimentação da rua Flórida a pedido de Edir Fábio e Emerson Nunes, mas não apresentou nenhum comprovante.

Ronaldo da Rosa e os sócios da SF2, Edir Fábio da Silva e Emerson Nunes, não quiseram gravar entrevista. O engenheiro José Tadeu não foi encontrado. De acordo com a prefeitura, ele está em férias. Carlos Alberto Fernandes, ex-secretário de Finanças de Palhoça, está viajando.

Fonte: ClicRBS

2 comentários:

  1. é a dinâmica das quadrilhas...
    abçs
    marquinho

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  2. Bandidagem!!!
    Prefeitura de Palhoça = quadrilha organizada

    Este prefeito tem de ser preso, como já está acostumado, só que dessa vez não vale fugir pro Mato Grosso do Sul!!!!! como de costume....
    Sempre foi bandido, qual a profissão do senhor prefeito? Bicheiro!!!!

    FICHA MAIS SUJA DA POLÍTICA!!!!!!!!!!
    LADRÃO, SAFADO, MENTIROSO!

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