segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Falando em cultura...


Recebi este e-mail e achei muito apropriado postar neste espaço. Assim como Florianópolis, Palhoça está indo no mesmo caminho do progresso sem escrúpulos e que se dane a cultura de um povo.

"A Lagoa da Conceição é parada obrigatória para turistas. Um dos melhores cartões postais de Florianópolis.
Dias atrás, levei amigos de fora, para apreciar um café ao final de tarde no centrinho da Lagoa, mais especificamente no Shopping Via Lagoa (nome que não fere a realidade do local), onde celebridades como Rodrigo De Haro, costumam aparecer naquele que é um dos principais points da Lagoa da Conceição.
Mas, nossa cidade está deixando a desejar em relação ao ‘marketing da personalidade da ilha’. Lá, naquele movimentado lugar, gostoso e peculiar, o Bar e Café se chama ‘Empório Mineiro’. Isso mesmo! Exatamente onde os turistas sentam ao ar livre, apreciam o movimento e fazem suas fotos.
Deixar abrir um comércio (café) com o nome Empório Mineiro, no ponto mais turístico da ilha, é o mesmo que colocarmos um Café Floripa no alto do Cristo Redentor. Uma cena sem imaginação.
Após várias fotos naquele café, meus convidados, frustrados, perceberam que havia o nome Empório Mineiro, aparecendo por trás. Eram turistas que desejavam marcar com fotos, a estada deles na lagoa, que sugerisse que estavam em Florianópolis, e não em Minas Gerais.
Em Gestão Pública, é amplamente abordada a questão da Sustentabilidade Cultural das Cidades, ou seja: ‘É necessário analisar a especificidade nos termos de um local (cidade), respeitar a origem, a questão cultural e a forma com que aquela região foi colonizada; quais são seus costumes, sua história. Trabalhar de uma forma que ela pode se tornar uma região mais comercial, por exemplo, mas com interação com o meio, sem perder o foco principal que é a relação de respeitar a origem e a cultura daquele local. Principalmente, manter a identidade da cidade e da população nativa da região. Enfim, cada local tem sua vocação específica, e um comércio, tem de se adaptar a sua realidade’.
É necessário que órgão competente de uma cidade, ao conceder alvará de funcionamento para um estabelecimento comercial, analise a especificidade nos termos de um local.
Antes aquele café se chamava Luna Laguna, que em latim significa lua na lagoa, bem a caráter com nossa realidade. Infelizmente ao mudar a razão social do empreendimento, houve a troca do nome para Empório Mineiro, e a nossa Prefeitura, não percebeu a questão da Sustentabilidade Cultural de nossa ilha, não fez a análise de especificidade; ou parece não ter uma legislação específica, ou órgão de competência, para cuidar do nosso tão importante ‘marketing pessoal da Ilha’ – vamos dizer assim.
Muito bem: Se uma legislação específica sobre essa questão for de encontro à constitucionalidade e legalidade, um acordo entre as partes seria o suficiente, para que nossa tão querida ilha da magia não perca sua identidade, sua personalidade e sua vocação - É urgente um órgão de regulamentação.
A cidade de Florianópolis está explodindo para o mundo, está entrando na moda, se tornando uma grande vitrine, caindo no gosto de todos, e o poder público municipal não pode esquecer que somos um pólo unicamente turístico, nossa principal indústria. E como tal, a cidade tem de usar o ‘marketing de sua personalidade’; que infelizmente, estamos, aos poucos, perdendo nossa identidade.
Quero ressaltar aqui, que no último verão, havia uma equipe de filmagem e fotografia do Uruguai, a ‘South Américan Photography’, fazendo ampla reportagem no centrinho da Lagoa, e que certamente, fizeram fotos, filmagens e entrevistas no Empório Mineiro."



Gilmar Maia - Email: gnm1787@alesc.sc.gov.br

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